Lindas, estilosas e magras demais

Aline Vieira(avieira@ig.com)

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Agências de modelos exigem que elas sejam bonitas, altas e magras

O São Paulo Fashion Week está pegando fogo! É Carol Trentini pra cá, Luiza Brunet pra lá e olha só… Aquela não é a Isabella Fiorentino?

O mundo das passarelas é glamuroso, mas ao mesmo tempo concorrido e cheio de “pequenas regras que fazem a diferença”. Para exercer a profissão e não ser discriminada, é necessário ser bonita, alta e principalmente magra. E é aí que a questão se torna preocupante. Afinal, elas são magras ou anoréxicas?

Que os padrões de beleza estabelecidos pelas agências assustam,
ninguém tem dúvidas. A estudante Tiara Martins Pena, 15, se interessou
pelo mundo fashion há 3 meses, mas já desistiu.
“Procurei uma agência e a empresária gostou do meu corpo, mas quando
fui ao camarim, vi que as meninas comiam e logo depois tomavam
detergente com água”. De acordo com ela, isso causaria o vômito e só aí
ficariam magrinhas de novo. “Foi aí que desisti”, confessa Tiara.

Se de um lado estão os profissionais que não estão nem um pouco
interessados na saúde das meninas, também existem aquelas que dão o
valor certo à vida. Agências famosas, como a Ford Models, dão palestras
orientando as modelos e ainda fazem acompanhamento freqüente de suas saúdes.

Dono de uma das grifes mais famosas do mundo, Giorgio Armani
também luta pela saúde. Ele tem dito há tempos que é contra as modelos
magras demais e alega que o que importa para a grife é exibir as roupas
de maneira que fiquem bem.

O assunto é tão sério que, no ano passado, países como Espanha e Itália passaram a proibir
modelos com índice de massa copórea (IMC) muito abaixo da média de
subir nas passarelas ou ao menos participar de campanhas publicitárias.

Fora das passarelas a magreza tem sido confundida com a anorexia.
A estudante Liliane Giácomo, 17, tem 1,65 e pesa 42 quilos. Quando sai
na rua, diz perceber que as pessoas a olham de um jeito diferente.
“Tenho certeza que elas pensam que sou anoréxica”. Liliane conta que
uma vez, estava esperando a mãe na porta do colégio e uma mulher parou
em sua frente e entregou um panfleto sobre distúrbios alimentares. “Me
senti a pior pessoa do mundo”, revela.

Vale ressaltar a diferença entre anorexia e magreza. Resumindo:
uma pessoa anoréxica é uma pessoa doente, se olha no espelho e pensa
ser gorda, portanto pára de comer só para ficar mais magra. Já a
magreza, é uma questão genética. Existem sim pessoas magras e
saudáveis, como é o caso de Juliana Fernandes, 13. Ela afirma que já
visitou vários médicos diferentes para tratar do assunto, mas nunca deu
nenhum resultado negativo a saúde. “Minha mãe se preocupava e me fazia
fazer exames todo mês. Sempre deu tudo certo”, diz.

No Orkut, existem comunidades onde as magrinhas podem se exibir sem serem vistas como anoréxicas. Na “Somos magras de ruim”,
as meninas ressaltam que comem muito (e de tudo) e não engordam. Quando
questionadas se são anoréxicas, dizem que não são. Já na comunidade “Somos magras sim e daí?” existem tópicos que exaltam os prós e contras de ser magra.

Mas e você: acredita que alguém pode comer de tudo, não engordar e ser saudável? Deixe seu comentário!